Autor: Federico Axat
Literatura Hispano-americana
Editora: Tordesilhas
Páginas: 416
Ano: 2014
O Pântano das Borboletas tem uma combinação perfeita entre capa, título e sinopse excelentes que atrai o leitor de imediato. Comigo não foi diferente, logo quis ler sobre as peripécias de Sam, Billy e Miranda. O erro foi achar que eu sabia como se desenrolaria a história. Eu estava enganada, muito enganada. Federico Axat escreveu uma história que até parece previsível, mas não é.
O Pântano das Borboletas é narrado em primeira pessoa por Sam, um garoto de 12 anos que perdeu a mãe em um acidente de carro quando ele tinha apenas um ano, em circunstâncias ainda mal explicadas e cheia de teorias misteriosas. Sam nos conta as aventuras vividas no verão de 1985 ao lado do seu melhor amigo, Billy, e de Miranda, a nova amiga pela qual os dois garotos se apaixonam.
Miranda é a bela menina rica, delicada; Billy, o engenheiro de planos e aventuras, aquele que tem sempre uma ideia para desvendar qualquer mistério; Sam, o amigo de todas as horas, prestativo, ingênuo e bondoso, é o queridinho na granja-orfanato em que vive sob os cuidados dos Randall. Juntos, levam o leitor de volta à infância, à descoberta do primeiro amor e das amizades verdadeiras, daquelas que perduram para sempre.
É mais do que uma história sobre três garotos, é uma história sobre lealdade, cumplicidade, confidências e companheirismo. Fala de valores e princípios, de promessas, do carinho de não querer magoar o outro com alguma verdade dolorosa, de consideração, de respeito. Tem um tom melancólico e nostálgico, que nos remete àquela fase de transição entre a infância e a adolescência, sempre tão cheia de descobertas – nem sempre fáceis ou bonitas.
Muito mais do que o enredo, o que mais chama a atenção é a estética da narrativa. A história é contada com uma singeleza que encanta, sem pressa, sem pretensões ou atropelamentos. Parece que tem uma ternura nas palavras, é simples e, ao mesmo tempo, tem um certo lirismo. Dá, por vezes, a sensação de que tudo anda devagar demais, mas basta fechar o livro que a saudade lhe invade.
O autor foi de uma sensibilidade incrível ao escrever os diálogos com uma (i)maturidade bem mensurada, perfeitamente de acordo com a idade dos garotos. São garotos, falam, pensam e agem como garotos. E, justamente por isso, torna plausível as teorias conspiratórias dos mistérios que os envolvem. Ele nos deixa em dúvida se tudo aquilo é a interpretação daqueles meninos ou não, sobre o que é verdade e o que é imaginação.
Quando já me aproximava do final, a curiosidade era incontrolável. O que aconteceria? Como o autor daria verossimilhança àqueles fatos? Eis que chega o epílogo e, consigo, coerência, surpresa e um como-não-pensei-nisso?
Esse livro me ganhou pela originalidade e por me deixar às escuras, sem saber o que viria no próximo capítulo. O enredo é o de menos, a forma como tudo foi contado é o ponto alto e os protagonistas são inesquecíveis. O Pântano das Borboletas é para quem, mais do que das histórias, gosta de ler, simplesmente.



Não tem uma resenha tua que eu não fique querendo ler o livro. Esse parece ótimo.
Beijo
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Obrigada, Marcia. Você sempre gentil! Espero que goste do livro :))
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Já gostei do livro só pela sinopse.
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Pois é, Ana, a sinopse por si só já nos conquista. Espero que você goste do livro :))
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Me encantei com a história e já estou curiosa para ler. Atualmente é tão difícil encontrarmos essa originalidade nos livros, que só este fato já me chamou atenção.
Parabéns pela linda resenha! ❤
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Obrigada, Lê! Espero que goste :)))
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Olá! Li, mas não compreedi o final. Ele ou ela? Me ajude por favor. Obrigada
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Priscila, como posso dizer isso sem deixar spoiler? Vou tentar! É o que você está pensando, justamente o contrário do que achamos durante todo o livro. Quase como um convite pra relermos e vermos se o autor deixou algum furo ou para vermos porque não notamos o gênero da personagem antes. Será que conseguir clarear um pouco? :)))))
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corrigindo: consegui*
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Inacreditável! Eu precisava de uma confirmação. Muita obrigada.
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De nada! Inacreditável mesmo! rs Fiquei com vontade de reler pra confirmar tudo, porque também fiquei em choque! :)))
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Pelo amor de Deus. Ressaca literária, me ajuda a entender esse final…
Estou meio sem chão até agora.
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Cintia, deixa a gente maluca, né? Demorei a entender também, até voltei algumas partes para ver se não tinha me enganado. Quase reli o livro haha O autor nos engana direitinho!
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Acebei de ler esse livro e estou, voando que final é esse ? Sinto ter perdido alguma coisa. Mas realmente é surpreendente, Sam, Billy e Miranda me cativaram, Porém Sam me surpreendeu de mais.
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